Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM
agosto 15, 2012
Ações do Judiciário confirmam evolução do direito de família homoafetivo
Iniciativas do Judiciário registradas a partir do segundo semestre
deste ano reconhecem direitos de casais homoafetivos e se alinham à
pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) que registrou
mais aceitação pelos brasileiros da união civil entre pessoas do mesmo
sexo.
O levantamento foi realizado na segunda quinzena de julho e mostrou
que o número de pessoas favoráveis às uniões entre homossexuais passou
de 38,6% em agosto de 2011 para 50%. Nesse mesmo período, os contrários
às uniões homoafetivas diminuíram de 53.8% para 41,8%.
No início do mês de julho, a Corregedoria Geral do Estado de
Sergipe expediu provimento (06/2012) que orienta os cartórios de
registro civil a receberem pedidos de habilitação para o casamento entre
pessoas do mesmo sexo.
A mesma consolidação normativa direciona os cartórios a procederem à
lavratura da união estável homoafetiva, reconhecida em 05 de maio de
2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a diretoria de
comunicação do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), o provimento tem o
objetivo de uniformizar as ações dos cartórios referentes às uniões
entre pessoas de mesmo sexo.
No início do mês de agosto, o juiz de direito Menandro Taufner
Gomes, titular da Vara da Fazenda Estadual, Registros Públicos e Meio
Ambiente da Comarca de Colatina, no Espírito Santo, acolheu o pedido de
casamento de duas estudantes. O Ministério Público do Espírito Santo
havia negado a pretensão das jovens com a alegação de que para haver
casamento deveria ter havido antes a configuração de união estável.
Na decisão, o magistrado derrubou a impugnação do MP e usou o
argumento de que “`a míngua de norma expressa permissiva, deixar à
margem da proteção estatal as relações homoafetivas, justo por serem
homoafetivas, implicaria violar os princípios de paridade e da isonomia,
além da garantia fundamental da dignidade e da não violação à
intimidade”.
O presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, se mostrou feliz
com as iniciativas do Judiciário e com o resultado da pesquisa
realizada pela CNT. Ele conta que o movimento gay deve pedir às
corregedorias de justiça dos Estados que expeçam provimentos com
orientações para a realização das uniões homoafetivas. “Já enviamos um
ofício à Corregedoria Geral do Estado do Paraná (estado sede da ABGLT)
solicitando a edição do provimento”, enfatiza.
Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM
AUTHOR:
Dimitre Soares
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