maio 02, 2012
Uniões estáveis em alta no Brasil!!
Uniões estáveis aumentaram entre 2000 e 2010, aponta IBGE
Fonte: www.ibdfam.org.br
30/04/2012 | Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM
A evolução de um movimento iniciado na década
de 1970 - a entrada em massa das mulheres no mercado de trabalho -, vem
contribuindo decisivamente para alterar as formas de união conjugal no
Brasil. Os indicadores sociais sobre nupcialidade, divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última
sexcta-feira (dia 27), registram que, entre 2000 e 2010, houve um
aumento no número de uniões consensuais. Os novos dados fazem parte dos
Resultados Gerais da Amostra do Censo 2010.
Em uma década, a modalidade uniões consensuais, que correspondia a
28,6%, foi elevada para 36,4%. Também houve leve queda no percentual de
casamentos realizados só no civil: de 17,5% para 17,2%. A tradicional
união realizada simultaneamente no civil e no religioso teve redução de
mais de seis pontos percentuais no período de dez anos. Saiu de 49,4%
das uniões registradas em 2000 para 42,9% em 2010.
Os casamentos realizados unicamente em cerimônia religiosa também
sofreram redução de 1%. Eles eram 4,4% em 2000 e foram para 3,4% há dois
anos atrás. "Esses números se configuram como tendência porque resultam
de pesquisas realizadas anualmente", explica a técnica do IBGE para
indicadores sociais, Bárbara Cubo.
De acordo com ela, os novos indicadores de nupcialidade decorrem de
vários fatores interligados, mas todos vinculados à ida da mulher para o
mercado de trabalho e à mudança de comportamento da sociedade. A
técnica destaca, por exemplo, que a independência financeira e o maior
controle sobre o próprio corpo deram a elas mais liberdade de escolha,
como a de se casar e ter filhos mais tarde. "A opção por não ter filhos é
outra tendência que vem sendo percebida", conta, antecipando
informações da publicação temática sobre famílias que o IBGE deve
divulgar em setembro.
Os indicadores mostram que, entre 2000 e 2010, o rendimento médio
real dos homens brasileiros passou de R$ 1.450 para R$ 1.510. O das
mulheres foi de R$ 982 para R$ 1.115. O ganho real foi de 13,5% para as
mulheres e 4,1% para os homens. A diferença entre os salários também
teve redução; as mulheres ganhavam 67,7% do salário deles em 2000 e
passaram a ganhar 73,8% dez anos depois.
A Amostra do Censo 2010 indica também que a taxa de fecundidade
caiu em quase todas as regiões do País, resultando numa taxa média
nacional de 1,90. "Isso significa uma taxa inferior ao índice de
reposição de gerações (2,0) que é dado por um homem e uma mulher gerando
dois filhos", diz Bárbara Cubo.
O aumento das uniões estáveis (consensuais) seria explicada por
maior flexibilidade dos hábitos. "Ir morar junto passou a ser mais
aceito pela sociedade, seja por uma busca dos jovens em conviver antes
de optar pelo casamento, seja pelo conhecimento de que esse tipo de
união está amparado legalmente", detalha a pesquisadora.
AUTHOR:
Dimitre Soares
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