Caros amigos, segue interessante texto do Blog do Mesquita (http://mesquita.blog.br/ortotonasia-vitima-de-paralisia-ingles-pede-na-justica-o-direito-de-morrer) enviado pelo querido amigo e professor Demétrius Leão. Acredito que o Brasil precisa entrar de cabeça nessa discussão.
Boa leitura a todos!
Um britânico que não consegue falar e ficou paralisado do pescoço para baixo depois de sofrer um derrame está lutando na Justiça pelo direito de morrer.
Nicklinson, de Chippenham, Wiltshire, quer que sua mulher seja autorizada a ajudá-lo a morrer sem o risco de ser processada por assassinato.
Ele se comunica piscando, ou apontando para letras em um quadro, com a cabeça.
Seus advogados afirmam que ele está “de saco cheio da vida” e não deseja passar os próximos 20 anos nas mesmas condições.
Segundo sua equipe de advogados, sua única forma legal de alcançar a morte é por inanição – recusando comida e bebida.
Sua mulher, Jane, disse que está preparada para ministrar uma dose letal de remédios, mas isso a deixaria vulnerável a um processo por assassinato.
Os advogados da família entraram com um pedido legal para que a promotoria esclareça se vai processar Jane, caso ela ajude o marido a morrer.
Nicklinson antes do derrame.Nicklinson antes do derrame. (Foto: PA)
Caso a resposta confirme o processo, os advogados deverão argumentar que a lei atual viola o direito à privacidade de Tony Nicklinson, segundo o artigo 8º da Convenção Européia de Direitos Humanos.
Energia
Jane Nicklinson afirma que o marido era cheio de energia antes de sofrer o derrame em 2005. Ela diz que ele pensou longamente e chegou à conclusão de que deseja morrer.
“Ele quer poder acabar com a própria vida no momento em que decidir”, disse ela à BBC.
“Ele quer apenas os mesmos direitos que qualquer um. Eu ou você podemos cometer suicídio, ele não. Esse direito foi retirado dele no dia em que ele sofreu o derrame.”
Em um depoimento de testemunha, Nicklinson declarou: “Sou um homem de 56 anos de idade que sofreu um derrame catastrófico em junho de 2005, durante uma viagem de negócios a Atenas, Grécia”.
“Fiquei paralisado do pescoço para baixo, sem poder falar. Preciso de ajuda em quase todos os aspectos da minha vida.”
“Não posso me coçar. Não posso assoar o nariz se ele estiver entupido e só posso comer quando me alimentam como a um bebê. Mas, ao contrário de um bebê, eu não vou evoluir.”
“Não me resta privacidade ou dignidade. Sou lavado, vestido e colocado na cama por enfermeiros que são, apesar de tudo, estranhos.”
“Estou de saco cheio da minha vida e não quero passar os próximos 20 anos, ou o que seja, assim. Sou grato pelos médicos que salvaram minha vida em Atenas? Não, não sou.”
“Se pudesse voltar no tempo, e soubesse o que sei agora, não teria chamado a ambulância e teria
deixado que a natureza seguisse seu curso.”
Orientação
Em fevereiro passado, a promotoria pública divulgou orientações sobre suicídio assistido na Inglaterra, no País de Gales e na Irlanda do Norte.
Enquanto ajudar um suicida permanece sendo crime, a orientação estabelece fatores atenuantes, como circunstâncias em que a vítima expressou claramente sua intenção de morrer e em que os que a ajudaram foram movidos somente por compaixão.
Mas a orientação não se estende à morte digna ou à eutanásia. Mesmo se a morte fosse consentida, levaria a acusações de assassinato culposo ou doloso na Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales, e a acusações de homicídio na Escócia.
Casos como esses acabam sendo decididos por um júri. Em janeiro, a britânica Kay Gilderdale foi inocentada da acusação de tentativa de assassinato depois de admitir ter ajudado a filha deficiente a morrer. Naquele caso, a filha, Lynn, havia tentado suicídio.
As vezes me pego pensando nesse assunto, devido aos riscos acidentais inerente as minha profissão ou mesmo as armadilhas da vida, sou bióloga e muitas vezes desenvolvo pesquisas que envolvem um certo risco de vida e quando exponho opinião sobre a morte assistida por vezes sou taxada de descrente em Deus, insensata e egoísta, posso parecer tudo isso, inclusive radical na defesa do assunto, mas não o sou, sou apenas a favor de VIVER A VIDA E FAZÊ-LA VALER APENA! E REALMENTE SOU A FAVOR DA MORTE ASSISTIDA!
ResponderExcluirPode parecer chocante, mas defendo que cada pessoa deve ter o livre arbítrio, inclusive para morrer ou viver, e quando falo, não reflito sobre as pessoas que vivem hoje o drama, mas sim, em mim no futuro, não sendo dramática, apenas não sei o que acontecerá comigo daqui há alguns anos mas, sei exatamente o que não quero: tudo que eu faço, o faço com muito amor, intensidade e sobretudo muita alegria, gosto de ser independente e quase não tenho mal humor, tenho uma vida linda apesar das muitas dificuldades (que me fazem sofrer, e com isso crescer) e se ocorrer tal fato comigo, ficar como um vegetal sendo cuidado por outros não me apetece, principalmente com toda a liberdade da qual desfruto atualmente, ficar parada me tornaria uma pessoa extremamente depressiva e infeliz!
Muitos de meus amigos inclusive familiares dizem: “Queria ver se realmente acontecesse, se você tomaria essa decisão!”. Bem, isso é o que penso agora, e tentando evitar ser prolixa para os que não conseguirem me entender, opiniões são metamorfósicas de acordo com a evolução da história de vida de cada um, somente defendo que se vier a estar numa situação vegetativa (que Deus me abençoe sempre e que tal fato nunca ocorra), tenha o direito de escolher entre a “vida” e a morte!