outubro 14, 2009

Budapeste, o filme: a transposição perfeita do livro para o cinema


Caros amigos, tive oportunidade de assistir, faz poucos dias, o marivilhoso filme "Budapeste", produzido de acordo com o livro de mesmo título do mestre Chico Buarque. Quem acompanha este Blog, ou os que me conhecem mais de perto, sabem de minha irrestrita admiração por tudo que Chico Buarque já produziu. Afora conhecer um pouco de sua vastíssima obra musical, já li seus trêsromances (fiz um comentário aqui sobre o mais recentes eles "Leite Derramado"), além de duas peças para teatro. Budapeste, sem nehuma dúvida, é o mais complicado e intrincado desses livros. Retrata a dificuldade de um homem em lidar com sua própria realidade, tomando como pano de fundo a abordagem de uma língua que não é a sua, em um país distante de sua terra. A transcrição do livro feito em filme é de tirar o fôlego. É daqueles DVDs que se deve assistir várias vezes, em cada uma delas com uma nova interpretação sobre detalhes da construção da obra. A música é um diferencial a mais, além das belíssimas imanges que nos deixam cheios de vontade de pegar um avião para Budapeste nas próximas férias. O enredo merece a assinatura de um gênio das letras no Brasil. Chico continua sendo o cara! Somente assisntindo para entender!

Segue abaixo o "argumento" do próprio site de divulgação do filme: http://www.budapesteofilme.com.br/


Exílio é um tema recorrente na obra e vida de Chico Buarque. E a história de BUDAPESTE também pode ser contada como uma história de exílios, voluntários e involuntários do personagem central José Costa, um ghost-writer. A experiência de ser estrangeiro num país estranho e também em seu próprio país.

José Costa, o personagem principal de BUDAPESTE, já foi apontado por vários críticos como o grande alter-ego de Chico Buarque. Pois seu trabalho o permite observar e escrever, sem expor a si mesmo, o que o compositor sempre intentou para si.

O compositor, cantor e escritor levou 2 anos para escrever a narrativa de BUDAPESTE, seu jogo com o tempo e as palavras. O primor que caracteriza sempre sua obra, como criador.

Alguns críticos analisam José Costa, como um personagem irônico e trágico, fadado a ver a própria história sendo sempre recontada e reescrita.

JOSÉ COSTA escreve a auto-biografia de KASPAR KRABBE, um alemão recém chegado no Brasil. O livro é um grande sucesso e sua esposa Vanda se apaixona por Kaspar e trai Costa, sem saber que ele é o verdadeiro autor do livro.

Uma mulher se apaixona pelas conquistas de um homem ( pelas suas autorias ) ou pelo o que ele é, de verdade? Nesse momento de grande crise pessoal, Costa resolve ir a Budapeste, a cidade que conheceu rapidamente num pouso imprevisto, quando viajava a trabalho, e o lugar de um idioma que desconhece e admira, o húngaro. Lá, ele conhece Kriska, que se torna sua professora de húngaro e amante.

Através do aprendizado do húngaro, Costa tenta construir uma nova identidade para si mesmo, e também uma nova história.

Dentro do painel de personagens e históricas de Chico Buarque, BUDAPESTE é uma história de amor, segundo uma ótica masculina, ágil e loquaz. Mordaz. A história do ghost-writer que vive entre Budapeste e Rio de Janeiro, entre suas duas mulheres Vanda e Kriska, entre o paraíso e a danação. Entre as possibilidades e as impossibilidades amorosas.

Sua narrativa intensa nos faz pensar sobre a verdade: tudo uma questão simplesmente de ponto de vista? Sobre o amor : apenas uma questão de escolha e de conveniência? Sobre a felicidade: existe um lugar de paz possível?

Transpor essa narrativa moderna e instigante para cinema torna-se agora um grande desafio e sonho.

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