Com enorme prazer li o livro “Os Girassóis: um romance sobre Vincent Van Gogh”, de Sheramy Bundrick, historiadora e professora (Phd) de história da arte da Universidade South Florida St. Petersburg que encontrei meio que por acaso na livraria do aeroporto do Recife enquanto aguardava um vôo para Petrolina-PE/Juazerio-BA nas minhas férias do meio ano passado. Passados quase seis meses, apenas nas férias de final de ano pude folhear o livro que li em poucos dias!
Já tenho uma admiração antiga por Vincent Van Gogh, considerado por muitos o maior pintor de todos os tempos. Durante a faculdade, li “A vida trágica de Van Gogh” de Irving Stone, bem como “Cartas para Théo” (volume de cartas deixadas por Van Gogh para sue irmão e financiador Theo Van Gogh), da biblioteca me meu tio João Damasco.
A obra de Van Gogh é absolutamente interessante e eu, certamente, não tenho conhecimentos técnicos para comentá-la, e, por essa mesma razão, limito-me a atestar a absoluta genialidade de suas pinturas e como suas obras me tocam profundamente.
O livro acima foi criado a partir de uma escolha extremamente feliz da autora. Ela decidiu romancear a vida de Van Gogh durate sua fase mais profícua. Trata-se do período em que o pintor se muda de Paris para o sul da França (inicialmente em Arles), para produzir sob a luz do sol daquela região, e também para fugir da vida atormentada de Paris.
O livro é narrado por Rachel, a famosa prostituta sobre a qual existe um único relato, um brevíssimo comentário num jornal da época: foi para ela que Van Gogh deu sua orelha cortada como presente numa noite de natal, nos idos de 1888, em um cabaré na periferia de Arles. Paradoxalmente, essa imagem da orelha cortada é a mais difundida sobre Van Gogh, e Sheramy Bundrick consegue, a partir desse fato histórico, contextualizar todo o período criativo do pintor até sua morte. A novela é belíssima e merece ser lida pelo diagnóstico que faz da tragetória de Van Gogh na fase em que pintou obras primas como a sequencia de telas sobre “Girassóis” ou o “Café na Cidade de Arles”, obras perfeitas, dignas de um legítimo gênio.
Van Gogh era um homem absolutamente atormentado. Foi internado várias vezes em manicômios e era excluído muitas vezes do convívio social. Hoje vários teóricos ao redor do mundo tentam entender seu comportamento alucinado, bem como procura-se desvendar o brilhantismo inconfundível de seu trabalho
Denota-se ainda, no livro, a influência da cor amarela, da luz e da vivacidade na obra de Van Gogh. Por outro lado, narra também uma bela (embora triste) história de amor entre um homem e uma mulher que, se não houver existido exatamente como a autora descreve, bem que poderia ter sido real, pela beleza da descrição e pela sinceridade do afeto entre ambos. Para os que ainda não conhecem a obra desse gênio da pintura, este livro é uma agradável maneira de se iniciar no mundo de Van gogh.
Irving Stone não fornece grandes detalhes bibliográficos, tem sabedoria é um grande pesquisador, narra historias muito bem, seja Michelangelo ou Freudo. A historia de Van Gogh e Theo é bastante comovente. Acho que um artista jamais teve tanto desespero, Stone passa essa empolgação dos momentos de alegria de Van Gogh, regados a dias de desilusão e depressão. As passagens dele nao são dignas nem de um completo errante, me refiro a penúria e negligência por que ele passou. Uma das grandes ironias de Deus, os trabalhos de Van Gogh são comprados por investidores japoneses e coleções de museus por milhões incontáveis, seu criador desceu ao último degrau de despero, dando um tiro em sua cabeça. Se você gostou deste livro o mesmo tanto que eu gostei, leia Querido Theo. Revelando o amor dos irmãos. Os livros são infinitamente tristes, apesar do aspecto redentor de que Vincent não viveu sua vida em vão.
ResponderExcluirApesar de um pouco atrasada na data devo concodar com Vanessa.A melhor biografia e digna de ser lida do Van Goginho (*-*) é o Biografia de Vincent Van Gogh pela sua Cunhada Jo V G-Bonger.
ResponderExcluirEstou louca pra ler esse livro dai de cima *o*