Pela segunda vez escolho o gurpo musical-circense “O teatro Mágico” para minha postagem nesse Blog (a primeira vez foi ainda no ano passado: “O Teatro Mágico, conhecem??? Deviam conhecer!” - http://dimitresoares.blogspot.com/search?updated-min=2009-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&updated-max=2010-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-results=37) . Aporveito que durante esta semana a trupe estará de volta aos palcos paraibanos (na sexta em João Pessoa e no sábado em Campina Grande) para comentar uma questão relativa ao grupo que tem sido bastante discutida internet afora durantes os últimos dias.
No último dia 24, sábado passado, houve uma participação do TM na novela global Viver a Vida, como convidados de um evento que reunia música e apresentações artísticas. O fato é que o pessoal do TM sempre fez opção de construir uma música alternativa, fora dos padrões mercadológicos da mídia brasileira, notadamente contra o famoso “jabá” que se paga em emissoras de TV e rádio para a divulgação exaustiva de gêneros e artistas de qualidade muito duvidosa (veja-se, recentemente, por exemplo, o sucesso pirotécnico do “Luan Santana”, que mesmo com suas musicas sem conteúdo, de originaidade duvidosa e melodia simplória, vive de programa em programa de TV, cansando nossos ouvidos com o mesmo refrão pegajoso!).
A turma de Osasco que forma o Teatro Mágico conquistou o seu público cativo através da divulgação de boca em boca, de e-mail em e-mail, e principalmente, por meio de uma radical postura até então inusitada no Brasil: disponibilizar todas as suas múscas para serem baixadas na internet. Aliada a esta estratégia, no mínimo, criativa, em se tratando de um grupo realmente sério, junte-se o expressivo talento de seus músicos e artistas que compõem algumas músicas belíssimas, e à força da presença de palco do líder do gupo e compositor Fernando Antinelle. O resultado, em números, supera com folga a marca de um milhão de músicas baixadas apenas no site deles, e mais de 5 milhões de reproduções.
Criadores do movimento chamado “Música pra Baixar Brasileira”, numa interessante alegoria a nossa “Música Popular Brasileira”, eles levantam muito bem a bandeira da música independente. Antes eles se apresentavam em teatros, e tinham o hábito de depois das apresentações irem ao encontro do público, do lado de fora do palco, conversar e trocar ideias, tirar fotos e trocar essa energia bastante peculiar que existe eentre o artista e seu público. Já não podem mais fazer isso: suas apresentações agora lotam casas de espetáculos e ginásios país afora, com uma agenda que contabiliza mais de 17 shows por mês.
Lembro das primeiras apresentações do TM em Campina Grande, sempre trazidos pela Cultura Inglesa, que eram realizadas no modesto espaço do Sesc Centro, próximo ao Viaduto. O primeiro show que assisti deles foi no Teatro Municiapal Severino Cabral, e havia tanta gente, mas tanta gente do lado de fora, que foi preciso fazer duas apresentações na mesma noite para que todos pudessem assistir. Eu lembro de ter entrado na fila para essa segunda apresentação, sem saber ao certo o que iria encontra lá dentro. Vi apenas um grupo formado na sua maioria por jovens, que saíam com ares de encantamento da primeira exibição. Quando sentei numa das velhas poltronas do Teatro Municiapal, achei que tinha feito uma aposta errada, e me pareceu que um bando de adolescentes e ex-adolescentes cumpriam uma espécie de ritual de passagem, com rostos pintados e roupas coloridas esperando que o pessoal do TM tomasse uma água para recomeçar os trabalhos. Quando eles subiram no palco, fui absorvido pela musicalidade e pela competência do grupo, e assim como todos aqueles garotos e garotas, saí do teatro certo do talento daquele pessoal do interior de São Paulo.
Na segunda apresentação que assisti, o teatro não comportaria mais tanta gente a fim de ver a apresentação do TM e a Praça da Bandeira, no centro da cidade, ficou pequena para todo aquele público.
Não vejo com maus olhos a apresentação do TM em uma novela da Globo, durante o horário nobre. Aliás, muito pelo contrário. Parece-me que essa atitude democratiza o acesso à informação. É plenamente sabido que as novelas são uma das principais fontes de entretenimento do nosso país, e assim como acontece com o futebol, tem o condão de arregimentar público de todas as idades, classes sociais e culturais. Por que o TM não aceitar tal convite para apresentar seu trabalho para pessoas que ainda não tiveram a oportunidadede de conhecê-los? Lembremo-nos que o artista precisa de seu público para tocar em frente seus projetos. Continuo achando que no Brasil existe um ranço muito forte do período ditatorial, ou se está de um lado, ou se está do outro! Isso funciona seja na política, seja na produção artística e cultural. Ao inverso, precisamos sempre de um meio termo, afinal vivemos numa sociedade que tem por uma de suas bases o ideal de democracia, em todos os níveis e em todas as aplicações possíveis.
No fundo de tudo isso, o que se destaca, aos meus olhos, na verdade, é a beleza das canções e o encanto das apresentações da trupe. “Ana e o Mar”, “A pedra mais Alta” e “Anjo mais Velho” são algumas das minhas canções preferidas, elas reunem senso estético com mensagens que batem na alma e nos fazem lembrar de nossos proóprios momentos, sem deixar de lado a poesia, o lirismo e o ideal de boa música. Bem, como o grupo volta ao nosso Estado nesse final de semana, está aí uma ótima oportundade de cada uma tirar suas próprias conclusões.
Parabéns por divulgar novamente a "Boa Música Brasileira" que infelizmente tem sido escondida do público geral que apenas conhece músicas se as mesmas passarem em alguma novela da globo.
ResponderExcluirEsse problema acontece com muitos músicos/grupos. Aqui na europa (Londres para ser mais exato) existe um movimento indie (nome como o qual é chamado grupos que estão fora das grandes mídias) tem crescido muito e em muitos casos acabam famosos principalmente pela divulgação através de youtube e myspace.
Abraços!